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Como a fisioterapia pode ajudar pacientes com Parkinson

A fisioterapia é uma aliada crucial no tratamento de pacientes com Parkinson, proporcionando melhorias significativas na qualidade de vida. O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso, causando sintomas motores como tremores, rigidez muscular e bradicinesia (lentidão de movimento). Além disso, os pacientes podem sofrer com instabilidade postural, dificultando atividades diárias e aumentando o risco de quedas. A fisioterapia oferece uma abordagem multifacetada para mitigar esses sintomas e promover a independência funcional dos pacientes.

A fisioterapia atua em diferentes frentes para auxiliar pacientes com Parkinson, promovendo:

  • Melhora da função motora: Através de exercícios específicos, a fisioterapia trabalha na amplitude de movimento, flexibilidade, força muscular, coordenação e equilíbrio, combatendo a rigidez, lentidão e problemas de postura característicos da doença.
  • Redução do risco de quedas: Um dos principais riscos para pacientes com Parkinson são as quedas, que podem levar a fraturas e outras complicações. A fisioterapia auxilia na melhora do equilíbrio e da marcha, diminuindo significativamente esse risco.
  • Alívio da dor: A rigidez muscular e os espasmos podem causar dor significativa aos pacientes com Parkinson. A fisioterapia utiliza técnicas como massagem, terapia manual e eletroterapia para aliviar a dor e melhorar o conforto.
  • Promoção da independência e qualidade de vida: Ao melhorar a função motora e reduzir o risco de quedas, a fisioterapia permite que os pacientes com Parkinson realizem suas atividades do dia a dia com mais autonomia e segurança, impactando positivamente na qualidade de vida.

Diversos estudos comprovam a efetividade da fisioterapia no tratamento da Doença de Parkinson. Um estudo publicado na revista “Movement Disorders” (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/home/health/), por exemplo, demonstrou que um programa de fisioterapia individualizado resultou em melhora significativa na função motora, equilíbrio e qualidade de vida de pacientes com Parkinson.

Um estudo, publicado na “Journal of Neurology” em 2021, investigou os efeitos de um programa de exercícios específico para Parkinson, chamado de “Exergaming” (exercícios baseados em jogos). Os resultados mostraram que os pacientes que participaram do programa apresentaram melhorias na mobilidade e na função cognitiva em comparação com aqueles que seguiram apenas o tratamento medicamentoso tradicional .

Outro estudo, publicado na revista “Parkinson’s Disease” (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S014067362100218X), observou que a fisioterapia aquática foi eficaz na redução da rigidez muscular e na melhora da amplitude de movimento em pacientes com Parkinson.

O programa de fisioterapia para Parkinson deve ser elaborado de forma individualizada, levando em consideração os sintomas específicos de cada paciente, seu estado geral de saúde e suas necessidades funcionais.

Algumas das técnicas fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da doença incluem:

  • Exercícios de alongamento e flexibilidade: visam aumentar a amplitude de movimento e reduzir a rigidez muscular.
  • Exercícios de fortalecimento muscular: melhoram a força e a resistência muscular, combatendo a lentidão dos movimentos.
  • Exercícios de equilíbrio e propriocepção: aprimoram o equilíbrio e a coordenação, diminuindo o risco de quedas.
  • Treino de marcha: auxilia na melhora da padronização dos passos, da velocidade da marcha e da postura durante a caminhada.
  • Terapia manual: utiliza técnicas como massagem e mobilização articular para aliviar a dor, melhorar a flexibilidade e reduzir a rigidez muscular.
  • Eletroterapia: utiliza correntes elétricas para estimular os músculos, aliviar a dor e promover a cicatrização de lesões.

Os benefícios da fisioterapia vão além da melhoria dos sintomas motores. Estudos mostram que a fisioterapia também pode ter um impacto positivo na saúde mental dos pacientes. Um artigo publicado no “Parkinson’s Disease Journal” em 2022 destaca que a fisioterapia regular está associada a uma redução nos sintomas de depressão e ansiedade em pacientes com Parkinson.

Além disso, a fisioterapia pode contribuir para uma melhor adesão ao tratamento geral da doença. Pacientes que participam de programas de fisioterapia tendem a se sentir mais capacitados e motivados a seguir outras recomendações médicas, como o uso de medicamentos e a adoção de uma dieta saudável.

O acompanhamento fisioterapêutico deve ser contínuo, com sessões regulares e reavaliações periódicas para monitorar o progresso do paciente e ajustar o programa de acordo com suas necessidades.

O envolvimento da família e cuidadores também é fundamental para o sucesso do tratamento. Eles podem ser instruídos pelo fisioterapeuta sobre como auxiliar o paciente na realização dos exercícios em casa e no seu dia a dia.

A fisioterapia se destaca como um componente crucial no manejo da Doença de Parkinson, oferecendo benefícios comprovados por diversos estudos científicos. Através de um programa individualizado e do acompanhamento contínuo, a fisioterapia auxilia na melhora da função motora, na redução do risco de quedas, no alívio da dor e na promoção da independência e qualidade de vida dos pacientes.

Ao aliar a fisioterapia aos demais recursos terapêuticos disponíveis, como medicamentos e acompanhamento médico, os pacientes com Parkinson podem ter uma vida mais ativa e funcional.

Entenda o que é a Doença de Parkinson.

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Dr. Pedro Leite

Neurologista com especialização em transtornos do movimento pelo IAMSPE.