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Como Dieta e Nutrição Podem Ajudar a Manter a Saúde Cerebral

O cérebro, órgão maestro do nosso corpo, comanda desde os pensamentos mais complexos até os movimentos mais simples. Mas, assim como qualquer outro órgão, ele precisa de nutrientes específicos para funcionar de forma plena. É aí que entra em cena a nutrição, um pilar fundamental para manter a saúde cerebral e garantir o bem-estar geral. 

Estudos recentes têm mostrado que certos alimentos e nutrientes podem ter um impacto significativo na função cerebral e na prevenção de doenças neurodegenerativas. Neste artigo, exploraremos como uma boa dieta pode beneficiar o cérebro.

Os nutrientes são os blocos de construção do nosso corpo, e isso inclui o cérebro. Nutrientes específicos, como ácidos graxos ômega-3, antioxidantes, vitaminas e minerais, desempenham papéis cruciais na manutenção da saúde cerebral.

Encontrados em peixes gordurosos como salmão, sardinha e atum, os ômega-3 são essenciais para a formação e proteção das membranas celulares do cérebro, são conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Estudos demonstram que o consumo regular de ômega-3 está associado à melhora da memória, do humor e da função cognitiva. Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease sugere que a ingestão regular de ômega-3 pode reduzir o risco de Alzheimer e outras formas de demência. 

Essenciais para o metabolismo energético das células cerebrais, as vitaminas do complexo B, principalmente B12, B6 e ácido fólico, estão relacionadas à melhora da memória, da concentração e da velocidade de processamento de informações. A vitamina B12, por exemplo, é essencial para a produção de neurotransmissores e a formação da mielina, uma substância que protege os neurônios. A deficiência dessas vitaminas pode levar a fadiga mental, problemas de memória e até mesmo demência. 

A vitamina D, obtida principalmente através da exposição ao sol e de alimentos como peixes gordurosos e laticínios fortificados, também é crucial. Conhecida por sua função na saúde óssea, a vitamina D também é importante para o bom funcionamento do cérebro. Estudos observaram que níveis baixos de vitamina D estão associados a um maior risco de declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas.

Uma pesquisa publicada no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry revelou que a suplementação de vitamina D pode melhorar a função cognitiva em idosos com deficiência dessa vitamina.

Antioxidantes como as vitaminas E e C, presentes em frutas e vegetais, ajudam a combater o estresse oxidativo, que é um dos principais fatores que contribuem para o envelhecimento cerebral. Eles combatem os radicais livres, moléculas instáveis que podem danificar as células cerebrais. O consumo regular de alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, brócolis e espinafre, está associado à redução do risco de doenças neurodegenerativas e à melhora da função cognitiva. 

Um estudo de 2020, publicado na Frontiers in Aging Neuroscience, destacou que uma dieta rica em antioxidantes pode melhorar a memória e a função cognitiva em idosos.

Além de se concentrar em nutrientes específicos, incluir alguns alimentos na dieta pode trazer benefícios ainda mais diretos para a saúde cerebral. Veja alguns exemplos:

Como salmão, sardinha e atum, são ricos em ômega-3, essenciais para a função cerebral.

Como castanhas, nozes e linhaça, fornecem ômega-3, vitaminas do complexo B e vitamina E, todos importantes para a saúde do cérebro.

Como mirtilos, morangos e framboesas, são ricas em antioxidantes que protegem as células cerebrais dos danos oxidativos.

Como brócolis, espinafre e couve, são ricos em vitaminas do complexo B, folato e antioxidantes, que beneficiam a função cerebral.

Fonte de colina, um nutriente essencial para o desenvolvimento e a função cerebral, além de conter vitaminas do complexo B e DHA, um tipo de ômega-3.

Rico em probióticos, bactérias benéficas para o intestino que podem influenciar a saúde do cérebro de forma positiva, reduzindo a inflamação e melhorando o humor.

Diversos estudos recentes comprovam a relação entre dieta e saúde cerebral. Um estudo publicado na revista “Nutrients” em 2023 acompanhou 5.000 idosos por 10 anos e observou que aqueles que consumiam uma dieta rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais apresentaram um menor risco de desenvolver Alzheimer em comparação com aqueles que tinham uma dieta rica em alimentos processados e carnes vermelhas.

Outro estudo, publicado na revista “JAMA Neurology” em 2022, analisou os hábitos alimentares de 7.000 pessoas ao longo de 15 anos e descobriu que aqueles que seguiam uma dieta mediterrânea, rica em frutas, legumes, verduras, azeite de oliva e peixes, apresentaram um melhor desempenho em testes de memória e função cognitiva em comparação com aqueles que seguiam outras dietas.

Ainda outro estudo, publicado na Journal of Clinical Nutrition, mostrou que dietas ricas em flavonoides, compostos encontrados em frutas cítricas, chocolate amargo e chá verde, estavam associadas a uma melhor função cognitiva em adultos mais velhos.

Manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes específicos pode ter um impacto profundo na saúde cerebral. Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, antioxidantes, vitaminas e minerais são fundamentais para proteger o cérebro contra o envelhecimento e doenças neurodegenerativas. Estudos científicos recentes corroboram a importância desses nutrientes na preservação da função cognitiva e na prevenção de doenças como o Alzheimer. Portanto, adotar hábitos alimentares saudáveis não só beneficia o corpo, mas também é essencial para manter a mente afiada e saudável ao longo da vida.

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Dr. Pedro Leite

Neurologista com especialização em transtornos do movimento pelo IAMSPE.